Salão Principal

Quando eu criei coragem suficiente para abrir meus olhos me deparei com a figura de Lovegood ajoelhado do meu lado fazendo uma série de perguntas que para mim pareciam um tanto desconexas, desconexas sim, uma vez que eu não entendia nada do que estava acontecendo dado que estava travando uma luta interna gigantesca com meus pensamentos sobre Merlin e seus sutis sinais, que atestavam que o grande mago não ia lá com a minha cara, e eu só queria entender o por quê disso! Modéstia à parte eu era uma garota legal, não fazia mal pra ninguém, me esforçava para ser uma boa aluna e não manchar o nome dos Bones mas parece que isso não era suficiente para o grande Merlin... Talvez eu devesse ter apelado para Morgana!

Com algum esforço me levantei mas senti uma fisgada no meu pé direito, mal tive tempo de atinar um pequeno pensamento quando me vi envolvida pelos braços de Lovegood que me carregou até uma das cadeiras do Salão, agora o silêncio das aves de rapina que nos observavam era palpável, estou certa de que se alguma delas trabalhasse no jornal da escola e fosse chefe de editorial até o final da tarde eu já seria matéria delas!

Apurei os ouvidos quando Lovegood disse algo para Jane, sobre um tal medibruxo pelo qual todas babavam...

Era engraçado como os dois conversavam sobre mim como se eu não estivesse ali, tudo bem, eu não queria mesmo estar! Mas... O que ele disse mesmo? Medibruxo? Isso significava Ala Hospitalar, ia dizer alguma coisa mas ele foi mais rápido e com um sorriso, sussurrou:

Phill Lovegood escreveu:

- Vamos Bones?

Vamos? Claro! Pra onde mesmo? Nem tive tempo de questionar quando num átimo ele me ergueu da mesma forma que fizera antes e me carregou dali, só que desta vez mais desastradamente, diga-se de passagem. Olhei pra Jane quando ela gritou para ele

Janezinha escreveu:

- Cuidado, Lovegood. Não derrube-a novamente.

- Aquilo era uma piada? Me ajeitei com algum esforço no colo dele e

acenei para Jane como que pedindo desculpas por não poder acompanhá-la na busca pelos garotos perdidos. Voltei meu olhar novamente para Lovegood que corria comigo nos braços, não estava nos meus planos reencontrá-lo tão cedo dadas as circunstâncias nas quais nosso encontro daquela manhã havia terminado. Murmurei um - Lovegood, acho que você já pode me pôr no chão - mas ele não me ouviu (ou fez que não ouviu). Quando dei por mim já estávamos diante da Ala Hospitalar - Droga! - Ele olhou pra mim e sorriu novamente e me perguntou se eu estava bem, acenei com a cabeça confirmando que sim, quando ele abriu a porta com um estrondo de ensurdecer até um trasgo, mas o pior ainda estava por vir...